O mundo está mudando e se tem algo que não podemos negar é que a China se destaca não apenas como uma potência tecnológica, mas também como um polo efervescente de criatividade e inovação. O país já é o maior mercado de jogos eletrônicos do mundo, com empresas como Tencent e NetEase liderando o cenário global.
A China está na liderança mundial no que se refere à adoção de tecnologias digitais, o que impulsiona o desenvolvimento de novas formas de expressão criativa e consumo cultural. Com uma população de 1,4 bilhão de habitantes, o país representa um mercado consumidor ávido por produtos e serviços criativos.
Em 2023, o total do comércio cultural externo da China atingiu US$6,17 trilhões, representando um crescimento de 0,2% em relação ao ano anterior. O governo chinês exerce um papel fundamental como motor propulsor de desenvolvimento no setor investindo pesado em infraestrutura e pesquisa, criando um ecossistema de negócios inovadores.
A China não divulgou um valor oficial específico para o investimento total na indústria criativa no ano de 2023, porém seu plano de desenvolvimento no setor no período de 2016 a 2020 previa 15 trilhões de yuans, equivalente a US$2,206 trilhões de acordo com a taxa de câmbio de hoje (11 de junho 2024).
A indústria criativa chinesa é um universo rico e multifacetado, composto por diversos setores que se destacam por sua originalidade e impacto como: games e aplicativos gamificados, entretenimento, música, moda e design.
Com quase 700 milhões de players de vídeogames e esportes eletrônicos e um lucro de aproximadamente US$44 bilhões por ano, a China possui o mercado de jogos mais lucrativo do mundo e de acordo com o relatório elaborado pela PwC intitulado Perspectivas Globais de Entretenimento e Mídia 2023/2027 a receita do setor chegará a US$115,5 bilhões em 2027.
Conforme o relatório aponta, o país poderá atingir US$13,2 bilhões em bilheteria de filmes até 2027, representando 27% do mercado no mundo. A perspectiva para o mercado publicitário na internet é de US$146,4 bilhões com taxa composta de crescimento de 9% ao ano.
Empresas chinesas do setor criativo estão buscando cada vez mais oportunidades de internacionalização. No final do ano passado, uma comitiva de empresas chinesas líderes do mercado de games estiveram reunidas com representantes do governo do estado de São Paulo objetivando o estreitamento e de olho em nosso potencial mercado consumidor.
A convergência entre diferentes setores da indústria criativa, como jogos eletrônicos, cinema e realidade virtual, está impulsionando a criação de novas experiências imersivas. A inteligência artificial está sendo cada vez mais utilizada na indústria criativa para criar novos produtos, serviços e experiências.
Em artigo na Forbes Brasil, colocam a China como líder na corrida pela Inteligência Artificial, apontando que empresas chinesas vão investir em conjunto US$38 bilhões até 2027.
Olhando para o futuro, a China tem o potencial de se tornar uma líder global na indústria criativa. O país possui todos os ingredientes necessários para o sucesso: um mercado interno vasto, talento qualificado, investimento governamental estratégico e um forte ecossistema de inovação.
À medida que a China supera os desafios existentes e abraça as novas tendências, sua indústria criativa continuará a florescer, impulsionando o crescimento econômico, moldando a cultura global e inspirando o mundo com sua criatividade e inovação.
Como membro do BRICS, o Brasil tem a oportunidade de estreitar laços com a China e se beneficiar dessa relação profícua. Acordos de cooperação em audiovisual, artes e direitos autorais já estão em discussão, e a recente missão do vice-presidente Geraldo Alckmin a Pequim demonstra o compromisso em fortalecer essa parceria estratégica por meio da Cosban.
A China Tecnológica se ergue como um gigante em ascensão na indústria criativa. Cabe ao Brasil aproveitar essa oportunidade histórica para aprofundar a cooperação com esse parceiro estratégico e impulsionar o desenvolvimento conjunto de um futuro promissor para nossas indústrias criativas.
